Segundo dia do ENEM: candidatos respondem a 90 questões até 18h30

Candidatos chegaram cedo para evitar surpresas antes da prova.

Milhões de estudantes brasileiros que almejam cursar uma faculdade participam, neste domingo (10), do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. Criada em 1998 para avaliar o desempenho escolar de quem concluiu a educação básica, a prova se tornou a principal porta de entrada para o ensino superior. Em todo o país, instituições de ensino públicas e privadas utilizam os resultados individuais do Enem para selecionar novos alunos. 

Em Brasília, os primeiros candidatos começaram a chegar cedo aos locais de prova. Tentando evitar contratempos ou surpresas, houve quem tenha chegado antes das 11 horas – uma hora antes da abertura oficial dos portões; 90 minutos antes do início da prova.

 

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Polícia investiga PMs que deveriam ter escoltado empresário morto em Guarulhos

Equipe atrasou para acompanhar desembarque da vítima porque carro que estavam usando teria quebrado.

Quatro policiais militares que deveriam estar escoltando do empresário Vinicius Gritzbach, assassinado ontem a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, estão sendo investigados por não terem acompanhado a vítima após seu desembarque. Os homens alegam que atrasaram para a tarefa porque o carro que usavam, um Amarok, teria quebrado.

Quando Gritzbach foi morto por disparos de fuzil, os únicos dois policiais presentes eram aqueles que estavam dentro de um outro carro, um Trail Blazer, com um familiar do empresário. Eles aguardavam a chegada da vítima estacionados numa das pistas da zona de desembarque.

“Segundo relatos dos policiais militares, o veículo não conseguiu acessar a área do desembarque, pois apresentou um problema mecânico e permaneceu no posto de combustíveis Ipiranga”, afirma o boletim de ocorrência que registrou o crime.

Após estranhar a ausência do restante da equipe de segurança em questão, os investigadores encarregados do caso apreenderam os celulares dos outros quatro PMs e os encaminharam para interrogatórios.

“Os policiais militares, que pertenciam à equipe de segurança da vítima, prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações”, afirmou hoje a Secretaria de Segurança Pública de Segurança de São Paulo (SSP) em comunicado. “A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das polícias Civil e Militar apuram a atuação de seus agentes no caso mencionado.”

Segundo a polícia, o carro que era usado pelos PMs está sendo periciado em busca de evidências de que sabotado ou avariado intencionalmente. O carro que os atiradores usaram durante a abordagem, um Gol preto, foi abandonado no bairro de Vila Barros, em Guarulhos, e também foi apreendido para investigação.

O boletim de ocorrência não descreve com detalhe onde estaria o terceiro carro, o Trail Blazer, no momento do assassinato. A polícia afirma que o carro tinha deixado a área de desembarque na hora que investigadores chegaram, mas não especificam se isso ocorreu antes ou depois dos tiros. O vai-e-vem da equipe de escolta, da namorada e do filho de Gritzbach nos momentos que antecederam o crime ainda estão sendo esclarecidos.

Um amigo que acompanhava Gritzbach no desembarque e testemunhou o assassinato, saiu ileso, e disse em depoimento que momentos antes do desembarque estava contatando os policiais da escolta por telefone para tentar localizá-los.

Foi nesse momento que os dois assassinos, vestindo balaclavas, pularam para fora de um carro empunhando fuzis e atiraram contra o empresário. A polícia se os criminosos tinham informantes próximos ao empresário, porque provavelmente sabiam do horário do desembarque. Gritzbach voltava de uma viagem ao Nordeste (o boletim de ocorrência não especificou de qual cidade).

O ataque a tiros, no qual os agressores mataram o empresário com tiros na cabeça e no abdômen, deixou outras três pessoas feridas e marcas de tiros em carros e objetos na área do crime.

“Na ação, dois homens e uma mulher ficaram feridos”, afirmou a SSP no comunicado. “Os dois homens, de 39 e 41 anos, permaneceram internados no Hospital Geral de Guarulhos. Já a mulher, de 28, recebeu atendimento médico e foi liberada. Ela foi ouvida pelos policiais no local.”

Os investigadores que trabalham no caso estão agora buscando imagens de câmeras de segurança fora do aeroporto, inclusive no posto de gasolina, para tentar entender melhor o contexto do acontecimento. Quando o carro dos PMs sofreu supostamente uma pane, um dos policiais teria seguido em direção ao terminal de desembarque sozinho, enquanto os outros três teriam ficado junto do veículo.

Uma das hipóteses que a polícia apura é a de que os PMs tenham sido cooptados ou coagidos pelos criminosos para deixar a vítima desprotegida no momento em que fariam a abordagem. Investigadores afirmam que o modus operandi dos dois assassinos é coerente com o que a organização criminosa PCC costuma usar.

A ousadia da abordagem, os calibres/modelos das armas e o planejamento cuidadoso da ação foram características, por exemplo, do assassinato de Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, um ex-líder da quadrilha morto no Ceará após desavenças internas.

Gritzbach, que foi colaborador do PCC, era visado por líderes da quadrilha por ter colaborado com a polícia na investigação de lavagem de dinheiro do grupo criminoso.

Quando Gritzbach foi morto por disparos de fuzil, os únicos dois policiais presentes eram aqueles que estavam dentro de um outro carro, um Trail Blazer, com um familiar do empresário. Eles aguardavam a chegada da vítima estacionados numa das pistas da zona de desembarque.

“Segundo relatos dos policiais militares, o veículo não conseguiu acessar a área do desembarque, pois apresentou um problema mecânico e permaneceu no posto de combustíveis Ipiranga”, afirma o boletim de ocorrência que registrou o crime.

Após estranhar a ausência do restante da equipe de segurança em questão, os investigadores encarregados do caso apreenderam os celulares dos outros quatro PMs e os encaminharam para interrogatórios.

“Os policiais militares, que pertenciam à equipe de segurança da vítima, prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações”, afirmou hoje a Secretaria de Segurança Pública de Segurança de São Paulo (SSP) em comunicado. “A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das polícias Civil e Militar apuram a atuação de seus agentes no caso mencionado.”

Segundo a polícia, o carro que era usado pelos PMs está sendo periciado em busca de evidências de que sabotado ou avariado intencionalmente. O carro que os atiradores usaram durante a abordagem, um Gol preto, foi abandonado no bairro de Vila Barros, em Guarulhos, e também foi apreendido para investigação.

O boletim de ocorrência não descreve com detalhe onde estaria o terceiro carro, o Trail Blazer, no momento do assassinato. A polícia afirma que o carro tinha deixado a área de desembarque na hora que investigadores chegaram, mas não especificam se isso ocorreu antes ou depois dos tiros. O vai-e-vem da equipe de escolta, da namorada e do filho de Gritzbach nos momentos que antecederam o crime ainda estão sendo esclarecidos.

Por

Rafael Garcia
Aline Ribeiro  O Globo

Delegado maranhense da PF é confirmado no comando da Interpol

Valdecy Urquiza será o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a liderar a Interpol; atualmente, brasileiro é titular da vice-presidência para as Américas da entidade Foto: Arquivo Pessoal

O delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza foi confirmado nesta terça-feira, 5, como o novo secretário-geral da Interpol. O Comitê Executivo da organização, que reúne corporações policiais de 196 países, elegeu Urquiza para o posto em junho. Nesta terça, durante a Assembleia Geral da entidade, realizada em Glasgow, na Escócia, o nome do brasileiro foi confirmado para o cargo.

É o primeiro brasileiro a chegar ao cargo mais alto da maior organização policial do mundo. Ao longo de seus 101 anos de história, a instituição teve oito secretários-gerais: um austríaco, quatro franceses, um britânico, um alemão e um norte-americano. O brasileiro será o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a chefiar o órgão. Quem deixa o cargo é o alemão Jürgen Stock, que assumiu o posto em 2014.

O delegado da PF assumirá o posto em 2025. O mandato é de cinco anos, prorrogáveis por mais cinco. Atualmente, Urquiza é vice-presidente para as Américas da Interpol. Será a primeira vez em mais de cem anos que a organização será chefiada por um cidadão natural de um país em desenvolvimento, como o Brasil.

O objetivo da Interpol é auxiliar a cooperação entre polícias globais. O corpo executivo da instituição é formado por mais de 1.000 profissionais.

Nascido em São Luís, no Maranhão, e filho de um bacharel em direito, Urquiza graduou-se no mesmo curso em Fortaleza e ingressou na PF em 2004 por concurso. Em 2007, de volta a São Luís, iniciou as atividades na corporação à frente da delegacia de crimes ambientais.

Ao longo da carreira, assumiu cargos estratégicos da corporação brasileira, como a Diretoria de Tecnologia da Informação e a Divisão de Cooperação Policial Internacional. Também já assumiu funções estratégicas na Interpol, coordenando operações contra o tráfico de seres humanos, e a exploração sexual de crianças na internet.

Urquiza é maranhense e atua na Polícia Federal há quase 20 anos. Ele é formado em direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), tem especialização em Energia, Meio Ambiente e Recursos Naturais pela PUC-SP, e passagens acadêmicas pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), em Tóquio, e pela Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, onde estudou Justiça Criminal e Ciências Políticas.

Ele começou a carreira como analista na Caixa Econômica Federal em 2000. Em 2007, passou a atuar junto a Polícia Federal como Encarregado de Polícia e em sete anos se tornou Líder de Assuntos Internacionais da corporação.

A atuação dele na Interpol começou em 2015. Ele assumiu o cargo de Líder da Central Nacional da corporação no Brasil e, em 2021, se tornou o Vice-Presidente para as Américas — mesmo ano em que voltou a atuar, ao mesmo tempo, na Polícia Federal como Líder de Cooperação Legal Internacional.

Fundada em 1923, a Interpol está sediada em Lyon, na França. É uma organização intergovernamental que conta com 196 países-membros, coordenando as redes de policiais e especialistas em diferentes categorias de crimes.

Uma das principais ferramentas à disposição da Interpol para combater o crime internacional é a emissão de alertas para comunicar informações sobre crimes e criminosos. O mais poderoso é o chamado alerta vermelho, que é o mais perto que existe de uma ordem de busca internacional.

 

Por Jon Cutrin

Resultado das eleições definirá política externa dos Estados Unidos

América Latina e China devem reavaliar estratégia diplomática.

Os reflexos da eleição que definirá, nesta terça-feira (5), quem será o futuro presidente dos Estados Unidos (EUA) vão muito além das fronteiras norte-americanas, tamanha influência que a maior potência militar do mundo tem no cenário externo.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliam que tal influência não se restringe às atuais áreas de conflito na Europa e no Oriente Médio. Brasil, América Latina e China também aguardam ansiosamente o desfecho da disputa entre a democrata Kamala Harris, atual vice-presidente dos EUA, e o republicano Donald Trump, que presidiu o país de 2017 a 2021, para traçar, de forma mais precisa, seus planos estratégicos na relação com o próximo governante norte-americano.

O pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu) e professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Goulart Menezes, explica que, para o Brasil, efeitos mais significativos poderão ocorrer caso o vencedor das eleições seja o republicano.

Risco Trump

“Trump, se eleito, será um presidente de extrema direita que tenderá a reforçar laços e vínculos com a extrema direita de países latino-americanos. Algo preocupante, pois não ocorre há uns 15 anos, é o risco de ele promover, na região, candidaturas contrárias à democracia, tanto na América da Sul como na América Latina em geral”, disse à Agência Brasil o pesquisador, que tem doutorado em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP).

Professor do Departamento de História da UnB, Virgílio Caixeta Arraes avalia que, independentemente de quem vencer a eleição, a relação com o Brasil será a mesma: “teremos importância secundária para os EUA”, disse Arraes. “Com exceção de poucos países da América Latina e Caribe, como México, Venezuela, Colômbia ou Cuba, por motivos diferentes, a atenção de Washington para a região é menor que a de outras localidades do planeta, como o Oriente Médio ou o sudeste asiático.”

 

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Consumo de álcool causa 12 mortes por hora no país, diz Fiocruz

Em 2019 foram registrados 104,8 mil óbitos

Um estudo divulgado hoje (5) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no país. O levantamento, chamado de Estimação dos custos diretos e indiretos atribuíveis ao consumo do álcool no Brasil, foi feito pelo pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da instituição, a pedido das organizações Vital Strategies e ACT Promoção da Saúde.

São levadas em conta as estimativas de mortes atribuídas ao álcool da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os números totais são de 104,8 mil mortes em 2019 no Brasil. Homens representaram 86% das mortes: quase a metade relacionam o consumo de álcool com doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Mulheres são 14% das mortes: em mais de 60% dos casos, o álcool provocou doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

O estudo calcula também o custo do consumo de bebidas alcoólicas para o Brasil em R$ 18,8 bilhões em 2019: 78% (R$ 37 milhões) foram gastos com os homens, 22% com as mulheres (R$ 10,2 milhões). Do total, R$ 1,1 bilhão são atribuídos a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais R$ 17,7 bilhões são referentes aos custos indiretos como perda de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias precoces decorrentes de doenças associadas ao consumo de álcool, perda de dias de trabalho por internação hospitalar e licença médica previdenciárias.

“Importante destacar que o estudo adotou uma abordagem conservadora, já que é baseado exclusivamente em dados oficiais de fontes públicas, como os dados relativos ao SUS e pesquisas populacionais do IBGE, e em nível federal, considerando os gastos da União e não incluindo complementos de custeios por estados e municípios. O levantamento também não considera os custos da rede privada de saúde, nem o total de perdas econômicas à sociedade. Portanto, embora quase 19 bilhões de reais por ano já seja uma cifra extremamente significativa, o custo real do consumo de álcool para a sociedade brasileira é provavelmente ainda muito maior”, diz Eduardo Nilson, pesquisador responsável pelo estudo.

Na divisão por gênero, o custo do SUS com a hospitalização de mulheres por problemas ligados ao álcool é 20% do total. Um dos motivos é que o consumo de álcool pelas mulheres é menor. Na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), 31% das mulheres relataram ter consumido álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa, enquanto o percentual masculino foi 63%. Outro motivo é que as mulheres procuram mais os serviços de saúde e fazem exames de rotina. Desse jeito, são tratadas antes que tenham complicações mais graves.

Em relação aos custos de atendimento ambulatorial atribuído à ingestão de álcool, a diferença entre os públicos masculino e feminino cai, considerando que 51,6% dos custos referem-se ao público masculino. Em relação à faixa etária, a incidência maior no atendimento ambulatorial ocorre nas pessoas entre 40 e 60 anos, sendo que 55% dos custos referem-se às mulheres e 47,1% aos homens.

“Isso confirma que as mulheres buscam mais atendimento precocemente do que os homens: elas são responsáveis por quase metade dos atendimentos ambulatoriais, mesmo com a prevalência de consumo de álcool entre elas seja menor”, diz Nilson.

 

Agência Brasil