Dinheiro encontrado em mala de veículo no Renascença seria propina de medição de obra da Prefeitura de São Luís

Pode ser propina de medição de obras da Prefeitura de São Luís o dinheiro encontrado na mala de um veículo Clio vermelho, da Renault, estacionado em frente ao condomínio Canopus, na Rua das Andirobas, bairro Renascença.

Segundo apurou O INFORMANTE, o funcionário da Prefeitura de São Luís, Carlos Augusto Diniz da Costa, lotado na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (SEMIT), estaria sendo monitorado e teria abandonado o veículo em frente ao prédio ao se apavorar por sentir que estava sendo seguido. “Carlito” ou “Makilas”, como era conhecido, foi exonerado nessa quarta-feira, 31, pelo prefeito Eduardo Braide, conforme publicação feita no Diário Oficial do Município.

Além da função oficial na SEMIT, como Analista Técnico, símbolo DAS-6, Carlito trabalharia informalmente para o médico Antônio Carlos Salim Braide, conhecido como “Tonho Braide”, irmão do prefeito Eduardo Braide.

Há divergências sobre a presença do veículo na porta do condomínio Canopus. Conforme as informações já divulgadas, o carro teria sido abandonado naquele local há cerca de 15 dias. A fonte do portal garante, no entanto, que no dia da descoberta o Clio foi deixado na porta do prédio horas antes, após Carlito se apavorar por sentir que vinha sendo seguido. Depois de deixar o veículo, o até então funcionário da prefeitura voltou e já encontrou a polícia no local. Nesse momento se apresentou como dono do carro. No entanto, ao ser levado à SEIC (Superintendência Estadual de Investigações Criminais) para consignar seu depoimento, Carlos Augusto, já acompanhado de advogado, permaneceu calado. Nesta quinta-feira, 01, Carlito deveria ser reinquirido na SEIC, mas não compareceu. Apenas dois advogados dele estiveram na superintendência s conversaram com as autoridades sobre o inquérito.

A divergência sugere que o carro pode ter saído do local, onde estava há vários dias, e retornado. Há informações de que a sogra de Tonho Braide moraria nas imediações, não se sabendo exatamente se no condomínio Canopus.

Imagens já analisadas pela polícia mostram que no dia 16 de julho, quando o carro estava parado em frente ao prédio, um automóvel Honda Fit, de cor preta, parou ao lado e uma pessoa saiu do Renault e entrou no Fit. Não haveria semelhanças entre essa pessoa e Carlito.

Outro detalhe divergente é que a mala do carro, que a princípio, segundo as informações, não estava trancada, teria sido aberta pelo próprio Carlito diante dos policiais. No porta malas foi encontrada exatamente a importância de R$ 1.109.350,00, conforme conferência feita na SEIC, confirmada na justiça, onde foi feito, pela manhã, um depósito judicial, até que se concluam as investigações.

A SEIC ouviu hoje, também, o empresário Alyson, dono da SLZ Veículos, localizada em frente ao restaurante Cheiro Verde, no Turu. Alyson disse que vendeu o Clio vermelho Carlito, por 20 mil reais em espécie, e que o agora ex-funcionário da prefeitura de São Luís chegou lá com um “bolo de dinheiro”.

O carro – O veículo Renaut Clio, placas NXH5E16 aparece nos registros do DETRAN-MA em nome de Marivaldo de Jesus França, morador do bairro da Areinha, onde teria uma oficina. Marivaldo já teria sido ouvido informalmente e informado que passou o carro para o empresário Davi e seu pai Salomão, proprietário de uma revendedora de gás. Posteriormente, o Clio vermelho teria sido vendido para o empresário conhecido como Alysson, da SLZ Veículos, localizada no Turu, em frente ao restaurante Cheiro Verde. Por fim, o carro estava em poder de Carlos Augusto Diniz da Costa, conhecido como Makilas/Carlito, nomeado na SEMIT em janeiro de 2021. Na época, quando os processos eram físicos, embora figurasse oficialmente como Analista Técnico, ele trabalhava como “maloteiro”.

 

Matéria O informante