UMA SANTA QUE VISITOU BARRA DO CORDA -MA

Por Elias Eliot Lisboa

No dia 15 de maio de 2022, o Papa Francisco elevará às honras dos Altares uma freira que visitou Barra do Corda. Madre Francisca Rubatto pisou em nosso solo no ano de 1899, quando veio acompanhar a abertura da Missão das Irmãs Terciárias Capuchinhas, hoje conhecidas como Capuchinhas de Madre Rubatto.
Neste mesmo dia, dez beatos serão canonizados, dentre eles, Padre Charles de Foucauld, grande sacerdote francês e o Carmelita holandês Frei Tito Brandsma, que foi morto no campo de concentração nazista em Dachau, Alemanha, no dia 26 de julho de 1943. Na qualidade de assistente eclesiástico da associação de jornalistas católicos, visitava as redações do país e as encorajava a resistir ao regime.
Sobre a nossa querida Madre Francisca Rubatto. Ana Maria Rubatto nasceu em Carmagnola, Itália, em 14 de fevereiro de 1844. Filha de João Tomas Rubatto e Catarina Pavesio, ficou órfã de pai com apenas quatro anos e aos dezenove viu sua mãe falecer.
A jovem Ana Maria Rubatto se destacou servindo os doentes com alegria, ajudando os pobres e ensinando o catecismo às crianças, inclusive colaborando nos Oratórios, ao lado de São João Bosco, o santo dos jovens.
Ela era uma moça virtuosa e se destacava pelo amor aos pobres. No período do verão ia para Loano, na Riviera da Ligúria, onde ajudava os pescadores e os doentes, como também cuidava das crianças abandonadas. Foi nesse contexto que ela sentiu o desejo de unir-se a um grupo de mulheres que se dedicavam às Obras de Caridade, sob a direção dos Frades Capuchinhos, para colaborar ainda mais no serviço prestado aos pobres….

 


Assim, no dia 23 de janeiro de 1885, Ana Maria recebeu o hábito religioso iniciando a comunidade religiosa das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano, com o objetivo de cuidar dos doentes e colaborar na educação cristã dos jovens.
Em 17 de setembro de 1886 a jovem religiosa emitiu os votos evangélicos de pobreza, obediência e castidade, oportunidade em que adotou o nome de Maria Francisca de Jesus, tornando-se também a primeira superiora do novo Instituto Religioso, cargo este que manteve até sua morte. Após alguns anos, a nova comunidade de freiras começou a expandir sua missão, organizando casas em várias cidades da Itália. Em seguida, com o desejo de levar o anúncio da Boa Nova de Jesus para outros povos, Madre Francisca Rubatto iniciou viagens para fundações de novas casas de Missão na América. Durante os vinte anos de sua missão, a madre fundou dezoito casas de missões, no Uruguai, Argentina e Brasil.
Em 1899, ela acompanhou as Irmãs Capuchinhas, suas filhas, à Missão do Alto Alegre, Maranhão, onde em 1901 morreram assassinadas no massacre sete de suas freiras, junto com missionários frades capuchinhos e muitos fiéis.
Foi neste período que a madre Francisca Rubatto pisou no solo barra-cordense, onde permaneceu por alguns dias enquanto organizava o novo convento das jovens freiras. Conforme o livro de anotações, conhecido como livro de tombo, madre Rubatto louvava a Deus pela nova Missão em Barra do Corda e afirmava: “Depois de Deus e do Paraíso, tenho no coração aquela missão” (Escuta, 148).
Atualmente, em Barra do Corda, as Freiras Capuchinhas de Madre Rubatto têm um Convento e um Colégio, onde trabalham com a educação e muita dedicação. No bairro Vila Nair, há uma igreja dedicada à nova santa: comunidade Madre Francisca Rubatto.
Madre Francisca Rubatto morreu em Montevidéu, Uruguai, no dia 6 de agosto de 1904, onde também deixou seu amor e o lamento da sua partida especialmente pelos doentes e pelos pobres.
O processo para sua beatificação foi introduzido em 1965 e o decreto sobre a heroicidade de suas virtudes foi promulgado no dia 1º de setembro de 1988, sendo beatificada em 10 de outubro de 1993 em Roma por são João Paulo II.
Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram com heroísmo e muita dedicação as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade neles e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. Utilizando-se do seu poder pontifício, o Papa afirma que aquela pessoa viveu de forma extraordinária a graça do primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e que, por isso, serve como modelo para todos aqueles que almejam viver a mesma Graça.
Um santo é um irmão mais velho que viveu sua vida toda para Deus e, agora no Céu, serve como modelo de fé. ‘Se ele conseguiu, eu também posso’. Este é o grande ensinamento.
Que Santa Madre Francisca Rubatto, do Céu, peça a benção de Deus sobre nossa querida Barra do Corda, solo por ela conhecido, e seja um modelo de amor, fraternidade e serviço ao próximo para todos nós. Sua canonização, conforme me relatava a Irmã Francilene Cavalcante, é semente de renovação e surgimento de novas vocações. Viva Santa Francisca Rubatto!

PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE CANONIZAÇÃO
A Irmã Francilene Cavalcante e toda a Comunidade das Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto em Barra do Corda convidam todos os fiéis para as celebrações deste momento importante na vida da Igreja, especialmente para a Congregação, conforme a programação no convite: